Luiz Carlos Borges Luiz Carlos Borges - Florêncio Guerra

(Florêncio afiou a faca
Para sangrar seu cavalo
Florêncio afiou a faca
Para sangrar seu cavalo
Florêncio afiou a faca
Para sangrar seu cavalo)

Florêncio Guerra das guerras
Do tempo em que seu cavalo
Pisava estrelas nas serras
Pra chegar antes dos galos
Florêncio Guerra das guerras
Do tempo em que seu cavalo
Pisava estrelas nas serras
Pra chegar antes dos galos

(Florêncio afiou a faca
Pensando no seu cavalo
Florêncio afiou a faca
Pensando no seu cavalo)

Parceiro pelas lonjuras
Na calma das campereadas
Barco em tardes serenas
E um tigre numa porteira
Pechando boi pelas primaveras
Sem mango... sem nazarenas

(Florêncio afiou a faca
Para sangrar seu cavalo
Florêncio afiou a faca
Para sangrar seu cavalo
Florêncio afiou a faca
Para sangrar seu cavalo)

O patrão disse a Florêncio
Que desse um fim no matungo
"Quem já não serve pra nada
Não merece andar no mundo"
A frase afundou no peito
E o velho não disse nada
E foi afiar uma faca
Como quem pega uma estrada

Acharam Florêncio morto
Por cima do seu cavalo
Alguém que andava no campo
Viu um centauro sangrado
Caídos no mesmo barro
Voltando pra mesma terra
Que deve tanto ao cavalo
E tanto a Florêncio Guerra