Luiz Carlos Borges Luiz Carlos Borges - Tio Simão

Tio Simão benzia tudo
De ruim que possa existir
Nó na tripa, mal olhado
Vivia para servir

Benzia porque sabia
Não cobrava nem um real
Fazia cruz de sal grosso
Pra o lado do temporal

As nuvens se retorciam
De medo do Tio Simão
Evocava em altos brados
Fervoroso cantochão

Coriscos deixavam riscos
Num negrume assustador
Machado relampejava
Pela mão do benzedor

Por isso, quando troveja
Ensurdecendo o rincão
Se ouvem muitos pedidos
Ao velho preto Simão